"Você é Prometeu
Deve modelar os homens e fazê-los mover-se" .
(Voltaire)

terça-feira, 19 de março de 2013

Teatro no Brasil - Séc. XVI a XIX


História do teatro no Brasil
-O teatro brasileiro surgiu quando Portugal começou a fazer do Brasil sua colônia (Século XVI). -Os Jesuítas, com o intuito de catequizar os índios, trouxeram não só a nova religião católica, mas também uma cultura diferente, em que se incluía a literatura e o teatro.
- Nessa época, o maior responsável pelo ensinamento do teatro, bem como pela autoria das peças, foi Padre Anchieta.
Padre Anchieta

-O teatro realmente nacional só veio se estabilizar em meados do século XIX, quando o Romantismo teve seu início.
-Martins Pena foi um dos responsáveis pôr isso, através de suas comédias de costumes.
-Outros nomes de destaque da época foram: o dramaturgo Artur Azevedo, o ator e empresário teatral João Caetano e, na literatura, o escritor Machado de Assis.
Martins Pena (Luiz Carlos Martins Pena – 1815 – 1848) 
Artur Azevedo (Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo – 1855 – 1908), 
João Caetano  (João Caetano de Souza e Lacerda - 1822-1913) 
Machado de Assis (Joaquim Maria Machado de Assis -  1839-1908 )
Teatro dos jesuítas - Século XVI
-Nos primeiros anos da colonização, os padres da chamada Companhia de Jesus (Jesuítas), que vieram para o Brasil, tinham como principal objetivo a catequese dos índios. Eles encontraram nas tribos brasileiras uma inclinação natural para a música, à dança e a oratória. Ou seja: tendências positivas para o desenvolvimento do teatro, que passou a ser usado como instrumento de "civilização" e de educação religiosa, além de diversão.
-O teatro, pelo "fascínio" da imagem representativa, era muito mais eficaz do que um sermão, pôr exemplo.
-As primeiras peças foram, então, escritas pelos Jesuítas, que se utilizava de elementos da cultura indígena (a começar pelo caráter de "sagrado" que o índio já tinha absorvido em sua cultura), até porque era preciso "tocar" o índio, falando de coisas que ele conhecia.
-As peças eram escritas em tupi, português ou espanhol (isso se deu até 1584, quando então "chegou" o latim). Nelas, os personagens eram santos, demônios, imperadores e, pôr vezes, representavam apenas simbolismos, como o Amor ou o Temor a Deus.
-Com a catequese, o teatro acabou se tornando matéria obrigatória para os estudantes da área de Humanas, nos colégios da Companhia de Jesus.
-Os atores, nessa época, eram os índios domesticados, os futuros padres, os brancos e os mamelucos. Todos amadores, que atuavam de improviso nas peças apresentadas nas Igrejas, nas praças e nos colégios.
-No que diz respeito aos autores, o nome de mais destaque da época é o de Padre Anchieta. É dele a autoria de Auto de Pregação Universal, escrito entre 1567 e 1570, e representado em diversos locais do Brasil, pôr vários anos.
Outro auto de Anchieta é Na festa de São Loureço, também conhecido como Mistério de Jesus. Os autos sacramentais, que continham caráter dramático, eram preferidos às comédias e tragédias, porque eram neles que estavam impregnadas as características da catequese. Eles tinham sempre um fundo religioso, moral e didático, e eram repletos de personagens alegóricos.


Século - XVII
-No século XVII, as representações de peças escritas pelos Jesuítas - pelo menos aquelas com a clara finalidade de catequese- começaram a ficar cada vez mais escassas. Este período, em que a obra missionária já estava praticamente consolidada, é inclusive chamado de Declínio do Teatro dos Jesuítas.
-No entanto, outros tipos de atividades teatrais também eram escassos, pôr conta deste século constituir um tempo de crise.
- As encenações existiam, fossem elas prejudicadas ou inspiradas pelas lutas da época (como pôr exemplo, as lutas contra os holandeses). Mas dependiam de ocasiões como festas religiosas ou cívicas para que fossem realizadas.
-Das peças encenadas na época, podemos destacar as comédias apresentadas nos eventos de aclamação a D. João IV, em 1641, e as encenações promovidas pelos franciscanos do Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro, com a finalidade de distrair a comunidade.
-O que podemos notar neste século é a repercussão do teatro espanhol em nosso país, e a existência de um nome - ligado ao teatro - de destaque: Manuel Botelho de Oliveira (Bahia, 1636-1711).

Século - XVIII
-Foi somente na segunda metade do século XVIII que as peças teatrais passaram a ser apresentadas com certa frequência.
- Palcos (tablados) montados em praças públicas eram os locais das representações. Assim como as igrejas e, pôr vezes, o palácio de um ou outro governante.
-Nessa época, era forte a característica educacional do teatro. E uma atividade tão instrutiva acabou pôr merecer ser presenteada com locais fixos para as peças: as chamadas Casas da Ópera ou Casas da Comédia, que começaram a se espalhar pelo país.
-E em consequência disso, surgiram as primeiras companhias teatrais. Os atores eram contratados para fazer um determinado número de apresentações nas Casas da Ópera, durante todo o ano, ou apenas pôr alguns meses. Sendo assim, com os locais e elencos fixos, a atividade teatral do século XVIII começou a ser mais contínua o que em épocas anteriores.
-No século XVIII e início do XIX, os atores eram pessoas das classes mais baixas, em sua maioria mulata. Havia um preconceito contra a atividade, chegando inclusive a ser proibida a participação de mulheres nos elencos.
-Dessa forma, eram os próprios homens que representavam os papéis femininos, passando a ser chamados de "travestis".
-Mesmo quando a presença de atrizes já havia sido "liberada", a má fama da classe de artistas, bem como a reclusão das mulheres na sociedade da época, as afastava dos palcos.
-Quanto ao repertório, destaca-se a grande influência Europeia no teatro brasileiro dessa época. -Dentre nomes mais citados estavam os de Molière, Voltaire, Maffei, Goldoni e Metastásio.alguns nomes nacionais também merecem ser lembrados. São eles: Luís Alves Pinto, que escreveu a comédia em verso Amor Mal Correspondido, Alexandre de Gusmão, que traduziu a comédia francesa O Marido Confundido, Cláudio Manuel da Costa, que escreveu O Parnaso Obsequioso e outros poemas representados em todo o país, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, autor do drama Enéias no Lácio.

Século XIX Transição para o tetro nacional
-A vinda da família real para o Brasil, em 1808, trouxe uma série de melhorias. Uma delas foi direcionada ao teatro. D. João VI, no decreto de 28 de maio de 1810, reconhecia a necessidade da construção de "teatros decentes".
-Na verdade, o decreto representou um estímulo para a inauguração de vários teatros. As companhias teatrais, pôr vezes de canto e/ou dança (bailado), passaram a tomar conta dos teatros, trazendo com elas um público cada vez maior.
-Em consequência do nacionalismo exacerbado do público, os atores estrangeiros começaram a ser substituído pôr nacionais.

Século -XIX
Época Romântica
-Desde a Independência, em 1822, um exacerbado sentimento nacionalista tomou conta das nossas manifestações culturais. Este espírito nacionalista também atingiu o teatro. No entanto, a literatura dramática brasileira ainda era incipiente e dependia de iniciativas isoladas.
-Muitas peças, a partir de 1838, foram influenciadas pelo Romantismo, movimento literário em voga na época. O romancista Joaquim Manuel de Macedo destacou alguns mitos do nascente sentimento de nacionalidade da época: o mito da grandeza territorial do Brasil, da opulência da natureza do país, da igualdade de todos os brasileiros, da hospitalidade do povo, entre outros. Estes mitos nortearam, em grande parte, os artistas românticos desse período.

O teatro no Brasil
-Fernando Peixoto define bem a história do teatro no Brasil e no mundo em seu livro "O que é teatro", e nos traz referências de datas que ajudam entender sua trajetória no decorrer dos séculos.
-A história do teatro brasileiro dramático surgiu em 1564, coincidentemente com a data de nascimento de Willian Shakespeare, quando foi encenado o Auto de Santiago pôr missionários jesuítas, na Bahia.
-No Brasil o teatro surge como instrumento pedagógico. Eram Autos utilizados para a catequização dos índios, os quais o padre Manuel da Nóbrega encomendava-os ao padre José de Anchieta.
-Foi em 1880, em Lagos, na Nigéria que escravos brasileiros libertados deram um enorme salto no desenvolvimento do teatro, fundando a primeira companhia dramática brasileira – a Brazilian Dramatic Company .
-Em 1900, o teatro deu seu grito de liberdade. Embora tenha enfrentado as mais duras crises políticas do país, conseguiu com muita luta estacar sua bandeira e marcar sua história.
-De 1937 a 1945, a ditadura procura silenciar o teatro, mas a ideologia populista, através do teatro de revista, mantém-se ativa. Surgem as primeiras companhias estáveis do país, com nomes como: Procópio Ferreira, Jaime Costa, Dulcina de Moraes, Odilon Azevedo, Eva Tudor, entre outros.
-Em 1938, Paschoal Carlos Magno funda o Teatro do Estudante do Brasil, consagrando então o princípio da encenação moderna no Brasil.
No ano de 1948 surge o TBC uma companhia que produzia teatro da burguesia para a burguesia.
- Em 1957, meio a preocupações sócio-políticas surge o Teatro de Arena de São Paulo. Relatos de jornais noticiavam que o Teatro de Arena foi à porta de entrada de muitos amadores para o teatro profissional, e que nos anos posteriores tornaram-se verdadeiras personalidades do mundo artístico.
-Em 1964 com o Golpe Militar, as dificuldades aumentam para diretores e atores de teatro. A censura chega avassaladora, fazendo com que muitos artistas tenham de abandonar os palcos e exilar-se em outros países.
-Restava às futuras gerações manterem vivas as raízes já fixadas, e dar um novo rumo ao mais novo estilo de teatro que estaria pôr surgir.
 (Fernando Peixoto – O que é teatro).
Fonte: www.baraoemfoco.com.br

Gêneros Teatrais


GENEROS TEATRAIS

-Gêneros Teatrais são formas de apresentação teatral.
-Será sempre marcado por questões e pontos de vista de cultura e de cada época.
-Novas formas de teatro vão surgindo e fundindo-se umas nas outras.

O Gênero Literário Dramático teve suas origens na Grécia Antiga, possivelmente numa manifestação das festas em homenagem a Dionísio. O termo "dramático" quer dizer drama, ou seja, Ação. Ele representa ações vividas pelos personagens num determinado espaço-tempo. Um enredo teatral é limitado, conciso, pois não tem narrador. Tudo é dito e compreendido através de ações, falas e gestos dos personagens. Segundo Aristóteles o gênero dramático apresenta três unidades: a) Ação; b) Tempo; c) Espaço. Tudo é limitado ao palco.
-Esses recursos básicos são complementados com outros como iluminação, sonorização e notações cênicas também chamadas de rubricas, que servem para orientar os atores; correspondem a detalhes anotados pelo autor para conseguir os efeitos desejados durante a interpretação e apresentação no palco pelos atores. O espetáculo dramático se assenta em três eixos importantes: o ator, o texto e o público sem o que não há espetáculo teatral. A simples leitura de um texto não representa o "teatro". Um texto dramático pode ser em prosa ou em verso.
-Enquanto texto, a obra dramática tem pontos em comum com a narrativa, pois ambas apresentam enredo e personagens.

Auto | É um subgênero da literatura dramática.
Tem sua origem na Idade Média. O auto visava satirizar pessoas. A moral é um elemento decisivo nesse subgênero.
-De conteúdo simbólico, costuma representar entidades como a hipocrisia, a bondade, a avareza, a luxúria, a virtude, etc, mostrando o lado negativo ou positivo dos sentimentos humanos. Ex;"Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente; "Auto de São Lourenço" de José de Anchieta.

Tragédia | É uma forma de drama, que se caracteriza pela sua seriedade e dignidade, frequentemente envolvendo um conflito entre uma personagem e algum poder de instância maior, como a lei, os deuses, o destino ou a sociedade.
-A Tragédia  se originou do Ditirambo, canto coral grego. Ele representa ações dolorosas da condição humana, no caso são pessoas comuns. A ação visa provocar no espectador piedade e terror, terminando em geral de forma fatal. O objetivo era provocar a "catarse" ou purificação. Ex." Édipo Rei" e "Antígona" de Sófocles

Comédia | Peça teatral que tem o propósito de provocar riso e a crítica nos espectadores, pelas situações cómicas, pela caracterização de tipos e de costumes, quanto pelo absurdo da história. 
Comportamento exagerado.
-Raramente enfoca as questões morais ou filosóficas, mas mostra o homem dentro de suas relações socias. 
- "ridendo castigat morus" - através do riso criticam-se os costumes. É através da exploração do ridículo e das baixesas humanas que procuram levar a uma reflexão sobre o que se passa na sociedade e consequentemente promover uma reforma dos costumes; representa um agente moralizante.

Comédia e Tragédia na Grécia Antiga
No surgimento do teatro, na Grécia, a arte era representada, essencialmente, por duas máscaras: a máscara da tragédia e a máscara da comédia. Aristóteles, em sua Arte Poética, para diferenciar comédia de tragédia diz que enquanto esta última trata essencialmente de homens superiores (heróis), a comédia fala sobre os homens inferiores (pessoas comuns da pólis). Isso pode ser comprovado através da divisão dos júris que analisavam os espetáculos durante os antigos festivais de Teatro, na Grécia. Ser escolhido como jurado de tragédia era a comprovação de nobreza e de representatividade na sociedade. Já o júri da comédia era formado por cinco pessoas sorteadas da plateia

Drama | É um género onde o enredo se baseia principalmente em conflitos sentimentais humanos, muitas vezes com um tema geral triste.
-O drama já é uma criação do Romantismo. Ele é uma peça teatral caracterizada pela seriedade ou solenidade em oposição à Comédia propriamente dita. Normalmente começa de forma solene e grave e termina de forma leve e feliz. A palavra "Dramalhão" é uma derivação da palavra Drama, porém apresenta lances trágicos e artificiosos.

Melodrama | O termo melodrama generalizou-se como um sinônimo de certo tipo de produção cultural que procura efeitos fáceis e conhecidos de envolvimento do público, com a utilização de fundos musicais que procuram induzir a plateia ao choro ou ao suspense, com um sentimentalismo exagerado.

Mímica | Peça de teatro em que os atores representam apenas por gestos. 
Um mímico é alguém que utiliza movimentos corporais para se comunicar, sem o uso da fala.

Farsa | Género teatral cômico, que tem por objetivo principal divertir o público. 
É uma modalidade burlesca, caracterizada por personagens e situações caricatas. Não pretende o questionamento de valores.
-É uma peça cômica de apenas um ato que surgiu no século XIV. Com o uso de poucos personagens apela para a caricatura e exageros visando provocar o riso. Ex. "Farsa de Inês Pereira" de Gil Vicente, e "O Fidalgo Aprendiz" de D. Francisco Manuel de Melo·.

Ópera | É um género artístico que consiste num drama encenado com música. O drama é apresentado utilizando os elementos típicos do teatro, tais como cenografia, vestuários e outros. No entanto, a letra da ópera é cantada em lugar de ser falada.  Os cantores são acompanhados por um grupo musical ou orquestra sinfónica completa. 
Os cantores e seus personagens são classificados de acordo com seus timbres vocais.
Os cantores masculinos classificam-se em baixo, baixo-barítono (ou baixo-cantor), barítono, tenor e contra tenor. As cantoras femininas classificam-se em contralto, mezzo-soprano e soprano.

Monólogo | É uma longa fala ou discurso pronunciado por uma única pessoa ou enunciador. Normalmente peça com um único ator. O monólogo, ou cena é o drama de um homem em que um personagem pondera em voz alta expressar seus pensamentos, ideias e emoções para o público. Usado para descrever os personagens e, portanto, tem grande valor psicológico, sendo uma ferramenta de introspecção.

Musical | É um estilo de teatro que combina música, canções, dança, e diálogos falados. A música apresenta uma forma excelente de expressar a emoção.

Revista | É um género de teatro, de gosto marcadamente popular.
Tem como caracteres principais a apresentação de números musicais, apelo à sensualidade e à comédia leve, com críticas sociais e políticas.
-Em termos gerais, consta de várias cenas de cariz cómico, satírico e de crítica política e social, com números musicais. É caracterizada também por um certo tom Kitsch - com bailarinos vestidos de forma mais ou menos exuberante (plumas e lantejoulas), além da forma própria de declamação do texto, algo estridente.
O TR no Brasil: O Teatro de Revista no Brasil, também chamado simplesmente "Revista" e com produção das companhias como as de O Teatro de Revista no Brasil, também chamado simplesmente "Revista",[1][2] e com produção das companhias como as de Walter Pinto e Carlos Machado, foi responsável pela revelação de inúmeros talentos no cenário cultural, desde a cantora luso-brasileira Carmem Miranda, sua irmã Aurora, às chamadas vedetes de imenso sucesso como Suzy King, Wilza Carla, Dercy Gonçalves, Elvira Pagã, Riva Keter, Sarita Santiel, Sonia Mamede e outras - na variante conhecida como Teatro rebolado - e compositores do jaez de Dorival Caymmi, Assis Valente, Noel Rosa, e humoristas como Costinha .

Teatro Infantil | Este género tem uma importância fundamental na educação. 
Permite ao aluno evoluir a vários níveis: na socialização, criatividade, coordenação, memorização, vocabulário, entre muitos outros.

Teatro de Fantoches | Este género define-se pelo teatro, pela apresentação feita com fantoches, marionetes ou bonecos de manipulação.
Em especial aqueles onde o palco, cortinas, cenário e demais caracteres próprios são construídos especialmente para a apresentação.

Teatro de Rua | É uma apresentação de géneros teatrais por artistas ou grupos especializados em lugares públicos.
Teatro de Sombras | É uma arte muito antiga, originária da China, em que os atores utilizam a sombra provocada por um ou mais feixes de luz para a realização de sua apresentação.

Teatro Épico | O Teatro Épico utiliza uma série de instrumentais diretamente ligados à técnica narrativa do espetáculo, onde os mais significativos são:
A comunicação direta entre ator e público, a música como comentário da ação.
A ruptura de tempo-espaço entre as cenas.
A exposição do urdimento, das coxias e do aparato cenotécnico.

*http://www.igrejamana.com/int/inicial3.php(fonte de pesquisa)




Autores do Teatro Grego


DOS CONCURSOS E AUTORES DA ANTIGA GRÉCIA

-Do século VI A.C. ao V D.C., em Atenas, o tirano Pisístrato organiza o primeiro concurso dramático (534 A.C.). Apresentam-se comédias, tragédias e sátiras, de tema mitológico, em que a poesia se mescla ao canto e à dança. O texto teatral retrata de diversas maneiras, as relações entre os homens e os deuses.
-No primeiro volume da Arte poética, Aristóteles formula as regras básicas para a arte teatral: a peça deve respeitar as unidades de tempo (a trama deve desenvolver-se em 24h), de lugar (um só cenário) e de ação (uma só história).
-Aristófanes (450 A.C.-388 A.C) nasce em Atenas, Grécia. Sua vida é pouco conhecida, mas pelo que escreve se deduz que teve boa educação. Sobrevivem, integralmente, onze de cerca de quarenta peças. Violentamente satírico, critica as inovações sociais e políticas e os deuses em diálogos inteligentes. Em Lisístrata, as mulheres fazem greve de sexo para forçar atenienses e espartanos a estabelecerem a paz.
-Esquilo (525 A.C.-456 A.C.) nasce numa família nobre ateniense e luta contra os persas. Segundo Aristóteles, é o criador da tragédia grega. Escreve mais de noventa tragédias, das quais sete são conhecidas integralmente na atualidade - As suplicantes, Os persas, Os sete contra Tebas, Prometeu acorrentado e a trilogia Orestia, da qual fazem parte Agamenon, As coéforas e Eumenides.
-Sófocles (495 A.C-406 A.C.) vive durante o apogeu da cultura grega. Escreve cerca de 120 peças, das quais sete são conservadas até hoje, entre elas Antígona, Electra e Édipo Rei. Nesta última, Édipo mata o pai e casa-se com a própria mãe, cumprindo uma profecia. Inspirado nessa história, Sigmund Freud formula o complexo de Édipo.
-Eurípides (484 A.C.-406 A.C.) é contemporâneo de Sófocles e pouco se sabe sobre sua vida. Suas tragédias introduzem o prólogo explicativo e a divisão em cenas e episódios. É considerado o mais trágico dos grandes autores gregos. Em sua obra destacam-se Medéia, As troianas, Electra, Orestes e As bacantes.








Diferenças entre o Teatro Grego e o Romano



Diferenças entre o Teatro Grego e o Romano 

Teatro Grego
-No começo, o teatro grego não era apenas uma narração dramática, era um rito religioso em honra a Dionísio.

-Os teatros eram auditórios ao ar livre. A hora do início do espetáculo era o amanhecer. Muitas vezes os cidadãos assistiam a 3 tragédias, uma tragicomédia e uma comédia. O teatro era considerado parte da educação de um grego. Em Atenas, o comércio era suspenso durante os festivais dramáticos. Os tribunais fechavam e os presos eram soltos da cadeia. O preço da entrada era dispensado para quem não pudesse pagar, e até as mulheres, que não podiam participar de quase todos os acontecimentos públicos, eram bem recebidas no teatro.
-Duas formas do drama grego, a comédia e a tragédia, acabaram por dominar o teatro Dionisíaco, embora as outras formas dramáticas não tivessem morrido. Em Atenas, dois festivais eram dedicados todos os anos à comédia e à tragédia. O festival Dionisíaco da cidade, em março-abril, concentrava-se na tragédia. O festival Lêneo, que tinha esse nome devido ao mês grego (janeiro-fevereiro), tradicionalmente reservado para a celebração de casamento, era dedicado principalmente à comédia.
-Os teatrólogos apresentavam suas obras a um funcionário chamado arconte. Se o arconte aprovasse a peça seria encenada. Era dado aos autores vitoriosos um corego (um cidadão rico para custear as despesas da peça). O corego escolhia então um tocador de flauta e um coro e prosseguia com a encenação. Se o corego fosse generoso, surgia uma produção opulenta. Em cada festival um júri de cidadãos julgava as peças, e os vencedores recebiam a coroa dionisíaca. 

O teatro romano.
-O teatro romano teve diferentes géneros. Misturando influências etruscas (influenciados pelos gregos) e de espécie de representações religiosas de carácter sério ou satírico itálicas (curiosamente de forma semelhante ao aparecimento do teatro grego), os romanos tinham uma forma embrionária de teatro quando entraram em contato com a Grécia: esse contato significou a morte do primitivo teatro romano, que imediatamente copiou as formas gregas (tragédia, comédia). 
-Começaram por traduzir peças gregas (séc. III AC), depois estrangeiros radicados em Roma e depois romanos escreveram peças, adaptando temas gregos, ou inventando mesmo temas romanos (normalmente baseado na História); o apogeu do teatro romano dá-se no séc. III-II A.C com Plauto e Terêncio. Quer a comédia, quer a tragédia romana, tinham diferenças com os seus modelos gregos: insistiam mais no horror e na violência no palco que era representada, grande preocupação com a moral, discursos elaborados; mesmo do ponto de vista formal existiam diferenças (na divisão em atos, no coro, etc.). Com o tempo (final da república), o público perdeu interesse pelo teatro tradicional, pois a concorrência dos espetáculos com mais ação (gladiadores, corridas de carros), e a criação de géneros teatrais mais simples como as pantominas (representação de um único ator de uma peça simples e de fácil reconhecimento pela audiência, em que não falava, dançava, fazia gestos, e era acompanhado por músicos e um coro) e mimos (historias também simples, mas com vários atores, em que normalmente se satirizava tipos sociais de forma mesmo obscena), levaram ao seu quase abandono. (outro motivo apresentado era a dificuldade dos latinos menos instruídos de compreenderem peças complexas, e preferirem espetáculos simples e que apelassem aos sentidos). 
-No período imperial, se na parte oriental do império se continuaram a representar as peças. 
-Os romanos construíram vários teatros (especificamente para representações), mas na maioria dos casos nas pequenas cidades utilizavam edifícios para vários usos (anfiteatros), usando para espetáculos de gladiadores, corridas, representações.
-Dedicar-se ao teatro era muito mal visto: os atores eram normalmente escravos ou ex-escravos; raramente mulheres representavam, tendo má reputação as que o faziam (os papéis femininos eram feitos por homens). 
-De se notar também, que vários imperadores apresentados como cruéis ordenavam que os espetáculos se tornassem realistas: quando aparecia no guião que o personagem era morto, substituía-se o ator por um condenado à morte. 


Compare e tire suas conclusões. Ok!!!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Do Teatro Primitivo até a Grécia no séc. V.


O teatro surgiu a partir do desenvolvimento do homem, através das suas necessidades.

-Embora as origens do teatro ocidental sejam desconhecidas, a maioria das teorias colocá-lo em certos ritos e práticas religiosas da antiguidade, os rituais até hoje essas ainda são carregados com elementos teatrais.
-Diferentes teorias atribuem as origens para múltiplas práticas:   
1 - antigos ritos de fertilidade, 
2 - celebrações da colheita, 
3 - xamanismo e fontes similares
Ritos da Fertilidade
Celebração da Colheita
Xamanismo
Conforme o mímico Marcel Marceau   
-O encanto mágico do teatro encontra-se na capacidade inesgotável do ator de apresentar-se ao público sem revelar sua identidade.
-A incorporação de outra pessoa é uma das maneiras arquetípicas da expressão humana.
-Existem formas teatrais desde a gênese do homem.
-Culturalmente, a diferença entre formas de teatro primitivo e as mais avançadas é o número de acessórios cênicos à disposição do ator para expressar sua mensagem.
-O homem primitivo era caçador e selvagem, por isso sentia necessidade de dominar a natureza. Através destas necessidades surgem invenções como o desenho.
-O teatro primitivo era uma espécie de danças dramáticas coletivas que abordavam as questões do seu dia a dia, uma espécie de ritual de celebração, agradecimento ou perda. Com o tempo o homem passou a realizar rituais sagrados na tentativa de apaziguar os efeitos da natureza, harmonizando-se com ela.
- Os mitos começaram a evoluir, surgem danças miméticas (compostas por mímica e música).


Algumas contribuições ao teatro.
-Com o surgimento da civilização Egípcia os pequenos ritos tornaram-se grandes rituais formalizados e baseados em mitos. Cada mito conta como veio a existir.
- Os mitos possuíam regras de acordo com o que propunha o estado e a religião, era apenas a história do mito em ação, ou seja, em movimento. Estes rituais propagavam as tradições e serviam para o divertimento e a honra dos nobres. 
-Há três mil anos ou mais antes de Cristo os Egípcios enriquecer seus rituais com um conjunto de elementos que acentuam e embelezam suas apresentações, o que viria mais tarde ser forte elemento na composição do Teatro Clássico, como:   
1-máscaras, 
            2-tatuagens (compreendida como maquiagem)
3-estatuetas, (pode-se entender como elementos cênicos)
4-pinturas (podem-se entender como cenários)
Máscaras

Máscaras

Máscaras

Máscaras

Máscaras
Máscaras

Máscara teatral do tipo Primeiro Escravo, personagem típico da Comédia Nova. Mármore, século II a.C., Museu Arqueológico Nacional de Atenas.


Tatuagens (compreendida como maquiagem)

As pinturas registradas nos palácios dos Faraós, já mostravam encenações. 






A Evolução
-No início fazia-se teatro nas ruas, depois se tornou necessário um lugar. E assim surgiram os primeiros teatros
-Egito Antigo, Índia, China, Creta e a própria Grécia possuíam um teatro, antes mesmo do então chamado teatro grego. Tinha como característica principal sua estruturação toda baseada na religião.
-Podemos, portanto, apontar o teatro apenas litúrgico. Este mesmo aspecto é o que de fato diferencia os egípcios, hindu, chinês, cretense  do teatro grego propriamente dito por volta do sec. V
-Com o “ditirambo”, um tipo de procissão informal que servia para homenagear o Deus Dioniso (Deus do Vinho). Mais tarde o “ditirambo” evoluiu, tinha um coro formado por coreutas e pelo corifeu, eles cantavam, dançavam, contavam histórias e mitos relacionados a Deus. A grande inovação deu-se quando se criou o diálogo entre coreutas e o corifeu. Cria-se assim a ação na história, nesse momento surge o teatro. E em seguida  surgem os primeiros textos teatrais e dramaturgos da época.

As Dionisíacas
-A consolidação do teatro, enquanto espetáculo, na Grécia antiga deu-se em função das manifestações em homenagem ao deus do vinho, Dionísio (equivalente ao deus romano Baco). A cada nova safra de uva, era realizada uma festa em agradecimento ao deus, através de procissões.
-Com o passar do tempo, essas procissões, que eram conhecidas como "Ditirambos", foram ficando cada vez mais elaboradas, e surgiram os "diretores de coro" (os organizadores das procissões). Nas procissões, os participantes se embriagavam, cantavam, dançavam e apresentavam diversas cenas das peripécias de Dionísio.
-O primeiro diretor de coro foi Téspis, que foi convidado pelo tirano Préstato para dirigir a procissão de Atenas. Téspis desenvolveu o uso de máscaras para representar pois, em razão do grande número de participantes, era impossível todos escutarem os relatos, porém podiam visualizar o sentimento da cena pelas máscaras.

Encenações dos Ditirambos
-O "Coro" era composto pelos narradores da história, que através de representação, canções e danças, relatavam as histórias do personagem. Ele era o intermediário entre o ator e a platéia, e trazia os pensamentos e sentimentos à tona, além de trazer também a conclusão da peça. Também podia haver o "Corifeu", que era um representante do coro que se comunicava com a platéia.


O Primeiro Ator
Em uma dessas procissões, Téspis inovou ao subir em um "tablado" (Thymele – altar), para responder ao coro, e assim, tornou-se o primeiro respondedor de coro (hypócrites). Em razão disso, surgiram os diálogos e Téspis tornou-se o primeiro ator grego que foi consagrado deus do universo.
- A partir desse fato, havia apenas um pequeno passo para os atores incorporarem  outros personagens, e da evolução do drama como forma independente, de acordo com Aristóteles. 
Teatro clássico:  
-O primeiro período é chamado de Antiguidade ocidental teatral, que compreende o teatro das civilizações clássicas da Grécia e Roma antigas, e as obras estão escritos nas línguas clássicas, o grego ou latim.
-Os primeiros dados são documentados na literatura dramática do século VI AC  e o primeiro trabalho crítico sobre o teatro refere-se à Poética(Leis do Teatro) de Aristóteles(330 AC)
Teatro de Epidauro (o mais antigo)



Teatro de Dionísio em reconstituição do século XIX

O TEATRO GREGO PREVALECE AO TEMPO
-Será que conseguimos enxergar um pouco do tamanho da importância do teatro para Grécia, mas, sobretudo, para o mundo todo? O que podemos dizer do teatro contemporâneo?
-O teatro grego se propõe a retratar dimensões do cotidiano do homem que se encontram além do representar por representar, mas, sobretudo, propõe a educar, ensinar, evidenciar que existem costumes, personalidades, belezas, enfim, adjetivos extremamente diversificados do homem que atua no maior palco já visto, o mundo. A poesia também contribuiu muito para o desenvolvimento do teatro grego, a beleza a sutileza das palavras, clamando as alegrias, os dramas, as tragédias.
-Não é atoa que o teatro contemporâneo vez por outra, recorre ao mundo de representações do teatro grego para "fabricar" as comédias (Aristóteles) e tragédias (Dionísio ou Baco). As ciências das artes também se "aproveitaram" do teatro grego, sem descartar qualquer fase, seja o momento helênico, seja o mais racional, todas as particularidades empolgam, dramatizam, alegram, ensina e educa.