CURIOSIDADES SOBRE A COMÉDIA DELL’ARTE
A Comédia Dell'arte, também conhecida como comédia
italiana ou comédia do improviso. Mas, de todas essas denominações, a que
prevaleceu mesmo foi Comédia Dell'arte.
As artes floresciam: pintura, arquitetura, música.
O homem passou a ser o objeto de interesse dessas artes, e não mais os deuses
(ou, no caso da Igreja católica, o Deus).
Até seu surgimento, os atores não se organizavam
profissionalmente. Com a comédia Dell'arte, passaram a se especializar nas
técnicas teatrais necessárias a representação improvisada (mímica, vocal,
acrobática, cultural). Portanto, passaram a formar companhias de cômicos
Dell'arte, constituídas por artistas profissionais. Foi à revolução do
teatro popular; revolução que acabou prevalecendo sobre a Escola Clássica do
Teatro Romano.
Os cômicos Dell'arte se opunham a qualquer tipo de
intelectualismo, não aceitavam nada que não fosse de âmbito popular, que não
refletisse o pensamento popular. Sob a capa da sátira, reproduziam costumes e
comportamentos de sua época. Interpretavam a vida sem
disfarces. Pela primeira vez, as mulheres subiam ao palco.
O Autor do texto escrevia apenas a linha geral dos acontecimentos,
um esqueleto do enredo, denominado senário. Deixava o diálogo
inteiramente por conta dos atores que eram excelentes improvisadores e grandes
mímicos. Cada ator criava o seu próprio tipo, as suas próprias reações e a
sua própria linguagem. Marcavam, assim, profundamente a personagem, que
representariam, salvo raríssimas exceções, por toda a vida.
Eles passavam o humor por meio de gestos e
palavras, emprestando irreverência e magia aos personagens. A mímica
acompanhava as falas e se manifestava não exatamente pela fisionomia, pois
quase sempre o rosto estava encoberto pela máscara, mas, sim, pelo jogo
corporal. Acrescentavam a mímica o elemento acrobático - contorções, piruetas,
cambalhotas, saltos mortais - muito importante para a realização da comicidade.
A isso tudo, uniam dança e música.
Nas interpretações usavam sempre figurinos e
máscaras apesar de a igreja proibir o seu uso. Porém esses rebeldes artistas
continuavam a usá-las; e, por esse motivo, muitos deles tiveram suas línguas
cortadas.
Os espetáculos eram apresentados nas festas ou nos
mercados das mais importantes cidades italianas e expressavam o ideal humanista
com cenas centradas no homem, na mulher e também nas ciências. A trama e a
intriga caracterizavam os principais tipos da sociedade da época, como o
comerciante, o doutor, o capitão e o padre. Esses personagens fixos se
alternavam nas histórias que quase sempre giravam em torno de romances e
intrigas da sociedade. O diálogo e a ação poderiam facilmente ser atualizados e
ajustados para satirizar escândalos locais, eventos atuais ou manias regionais;
misturados a piadas e bordões. Os Innamoratis(amorosos) eram
considerados papéis sérios e se opunham aos anciões e bufões.
Com um palco rusticamente adaptado numa carroça, os
grupos da Comédia Dell’arte seguiam de cidade em cidade, com máscaras, faces e
disfarces, fazendo sua critica, declarando seu amor, e, no fim, se despedindo
com poesias e mensuras.
As Personagens eram identificadas pelo
figurino, máscaras, e até por objetos cênicos, como o porrete. Eis os
principais:
Arlecchino (Arlequim) – facilmente reconhecido
pela roupa branca e preta ou coloridas com estampas em forma de diamantes.
Representava o servo palhaço. Era acrobata, amoral e glutão. No carnaval é o
bufão. Geralmente, o arlequim é servo do Pantalone, às vezes, do Dottore. Ele
ama a Colombina, mas ela apenas o faz de idiota.
Arlequim numa produção atual |
Muitas
vezes conhecido como “Punch”. O esquisito, inspirador de pena, vulnerável e
geralmente desfigurado. Na maioria das vezes, com uma corcunda. Muitas vezes,
não é capaz de falar e, por isso, comunica-se através de sinais e sons
estranhos Sua personalidade pode ser a de um tolo, ou de um enganador. Tem a
voz estridente e sua máscara tem um nariz grande e curvo, como o bico de um
papagaio.
Dottore
Balanzone (o
doutor) – aparenta ser um intelectual, mas geralmente essa impressão
é falsa. É um velho rico, pedante, avarento e sem o menor sucesso com as
mulheres. Usa uma toga preta com gola branca, capuz preto apertado sob um
chapéu preto com as abas largas viradas para cima.
Pantalone (Pantaleão) – comerciante judeu, rico e
avarento, mas ignorante. É o arquétipo do velho pão-duro. Não se preocupa
com mais nada além de dinheiro. Apresenta-se de cavanhaque branco e manto negro
sobre o casaco vermelho.
Il Capitano (Capitão) – forte e imponente, mas não
necessariamente heróico, geralmente usa uniforme militar, mas de forma
exagerada e desnecessariamente pomposa. Conta vantagens como guerreiro e
conquistador, mas acaba desmentido. Capa e espada são adereços obrigatórios.
perfeito!!
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